Em entrevista à Rádio 96, o vice-presidente da Hutukara Associação Yanomami, Dário Kopenawa Yanomami, disse, nesta segunda-feira (23), que há 20 anos vem alertando as autoridades brasileiras sobre a iminente crise sanitária no território Yanomami. A situação, no entanto, segundo ele, se agravou no governo Bolsonaro.

Segundo Dário, a gestão do ex-presidente desmantelou a Fundação Nacional do Índio (Funai), que seria o órgão de proteção dos povos originários. “O governo Bolsonaro, principalmente, ‘aliciou’ contra a população brasileira, contra os povos indígenas. A Funai está morta, não existe mais”, disse.

Fotos de crianças e idosos em estado grave têm circulado o mundo nos últimos dias. Segundo ele, onde a presença do garimpo ilegal é ‘pesada’, como nas regiões de Homoxi e Xitei, a saúde do povo ianomâmi é ainda mais vulnerável. O problema se soma à contaminação dos rios, à malária e à dificuldade de acesso.

“O garimpo ilegal tem apoio dos governo federal, estadual, de empresários e de políticos que abastecem a atividade com dinheiro, alimentação, maquinário e aeronaves”, disse. Dário cobrou do governo federal a desintrusão do garimpo ilegal e prioridade na saúde do povo ianomâmi com equipamentos, medicamentos e profissionais qualificados, que tenham conhecimento do território indígena.

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